Escolhi compartilhar minhas reflexões sobre uma das maiores demandas terapêuticas que tenho encontrado: relacionamentos! Como geralmente quem procura terapia, autoconhecimento e crescimento são as mulheres vou redigir minha fala a partir delas!
Em três momentos: (1) princesas; (2) heroínas; (3) gata borralheira.
Bom, as princesas são doces, lindas e sonhadoras. Fácil de identificar! Tudo que uma princesa quer é um príncipe! Mas, nem tudo é como nos contos das Fadas da Expectativa e da Esperança: não, eles não aparece em cavalo branco; nem sempre (estou procurando ser gentil) mandam flores; não se rasgam em declarações, poemas e mensagens puro mel; geralmente (gentileza minha) esses “príncipes”, também não vão deixar de ir para o futebol para ir ao cinema.
Convictas que de esse príncipe, de quinta, vai reconhecer a importância, a realeza e inigualável beleza da princesa e finalmente, finalmente, não pera! Só mais uma semana. Só mais um mês. Ele vai me surpreender ainda. Calma. Vou esperar mais um pouco. E finalmente...
Finalmente... ele – o cara qualquer- vai continuar sendo o que sempre foi e o que no fundo a princesa sempre soube!
A princesa nesse momento desperta! Por tristeza, por frustração, por amor, por raiva, por medo... por tudo isso junto! Ela vive intensamente...
As heroínas: fortes, destemidas, batalhadoras. Trabalham fora; cuidam da casa; dos maridos; dos filhos; conseguem ainda fazer atividade física; dieta; participar de grupos (os mais diversos); fazem alguma filantropia; frequentam o centro espírita, a igreja, o templo; vão ao salão uma vez por semana; fazem terapia. Se viram! Essas mulher dão conta de tudo e ainda se propõem a serem melhores e a fazerem mais e mais. Pelos outros! Para os outros! Por controle! Por segurança! Por confiarem em si – e só em si.
Tá, ok! Mas considerando uma rica descrição de ótimas qualidades (não sei exatamente a qual custo) qual o problema de relacionamento que uma heroína pode ter? É que elas não foram feitas de ferro!
Lá dentro de uma heroína mora, muitas vezes, uma menina que pede colo, atenção e carinho! Muito carinho. Mas não conseguem comunicar essa necessidade! Tem dificuldade de reconhecer quando recebe. Suas dinâmicas são tão dinâmicas que se perdem nas coisas simples do dia a dia.
A heroína nesse momento fragiliza-se. Por tristeza, por frustração, por amor, por raiva, por medo... por tudo isso junto! Ela vive intensamente...
A gata borralheira! Tadinha dessa gatinha, tão sofrida, tão frágil, tão indefesa. Já passou por tantas coisas que não sabe nem como está aqui ainda. De fato dói, abandono dói, rejeição dói, injustiça dói. Só que a gata borralheira só dói! Permite todo o tipo de abuso, porque, no fundo acha que é isso mesmo, a vida é assim, preciso passar por isso. A gata borralheira que em alguns casos chamo também de patinho feio, no fundo, tem um potencial enorme! Mas a vida a melindrou tanto que ela se convence que seu lugar é ali – um trapo sujo jogada no canto. A impotência diante de tudo é tão grande que a borralheira só chega até a terapia, por que, sofreu um grande choque, uma grande perda, uma desilusão estilo filme de drama com um “quê” policial. A tragédia sempre é intensa!
Mas há uma esperança, um novo olhar, uma proposta de reencontro consigo, uma prática terapêutica que torna o sofrimento palpável, um caminhar de crescimento. Uma construção saudável do amor.
A gata borralheira nesse momento empodera-se. Por tristeza, por frustração, por amor, por raiva, por medo... por tudo isso junto! Ela vive intensamente...
Carina Ceratti
Naturóloga, professora e Diretora do Instituto Inanís
INSTITUTO INANÍS Contemple sua essência
Commenti